Nº 98 Construa o Bismarck

As ordens da Operação Rheinübung não deixavam margem para interpretação: o objetivo era entrar no Atlântico e perpetrar ataques contra os comboios que o atravessavam. A primeira parte, a penetração no oceano, tinha sido alcançada, mas faltava atingir o verdadeiro objetivo da missão: a caça de cargueiro britânicos. Eram estas as ideias-chave que o almirante Lütjens contemplava antes de tomar as suas decisões naquela manhã. Havia um facto incontestável: só ele podia decidir o futuro da Operação Rheinübung. O almirante Alfred Saalwächter, chefe do Grupo Oeste da Marinha, tinha deixado claro umas semanas antes: «Na zona de operações, o chefe da frota tem carta branca para agir». E simultaneamente tinha acrescentado as diretrizes para a atuação de Lütjens e para o seu grupo de combate: «No caso de o inimigo detetar a penetração no Atlântico, em princípio, a missão deve prosseguir. Consoante a situação, mais à frente poderá ser decidido encurtá-la ou suspendê-la por completo». Mas isto não tornava a decisão inadiável mais fácil para Lütjens: devia prosseguir, encurtar ou suspender a Operação Rheinübung? A resposta estava dependente da situação atual, ou seja, da evolução dos acontecimentos. E só um homem se encontrava em condições de a avaliar: o almirante Lütjens.